Você sai de casa, despede-se do cãozinho e ainda o adverte, com carinho: “Fica quietinho aí, que eu já volto, tá?”. Mas, quando você volta, parece que o próprio Hulk lhe fez uma visitinha: a casa está uma bagunça, tem objetos jogados no chão, colchões e sofás danificados, móveis desarrumados, almofadas mordidas. É um problema muito comum para quem cria um cachorro dentro de casa e passa muitas horas afastado.

Confira o vídeo:

Recentemente, um vídeo viralizou nas redes sociais com as imagens da bagunça provocada pelo pequeno Chico em uma casa em Bauru (SP): o vira-lata de apenas 8 meses destruiu um colchão, espalhou espuma pra todo lado, jogou cobertores no chão , deixou almofadas fora do lugar e roeu o controle remoto da TV. Ao receber um ralho da dona, abanou o rabo e a olhou com aqueles olhos de inocente…

Por que alguns cães agem assim? Esta é a pergunta a ser respondida para resolver o problema. Para alguns especialistas, tirando casos de transtorno mais grave, que são raros, há duas possibilidades que podem levar o animal a este comportamento: ansiedade e tédio. Nos dois casos, existem soluções, que dependem muito mais do tutor do que do cachorro.

Falta de exercício

O tédio é típico do animal com muita energia acumulada que não tem oportunidade de gastá-la na sua rotina e se sente inibido de “aprontar” na presença do dono. Na saída deste, ele se solta, se agita e vai pra cima, quebra, morde, bagunça, destrói.

Tais impulsos serão menores quanto maior for a atividade do cão junto com o tutor, para que ele gaste a energia acumulada na dose certa e não fique procurando confusão depois. “É imprescindível que o animal tenha uma atividade física. No caso dos cães, não se pode abrir mão do passeio”, orienta Tânia Sachi, consultora da Rádio CBN. “Tem que sair pra dar uma volta de 30 a 40 minutos e, dependendo da energia do animal, às vezes até mais do que isso”.

O ideal é reservar todo santo dia esse tempinho para passear com o animal, estimulando-o a se exercitar, gastar energia, brincar, correr e até se socializar. Todas as raças têm suas próprias características, inclusive em relação a essa necessidade de gastar energia. Um beagle é diferente de um pinscher. Vale a pena pesquisar direitinho sobre o comportamento de cada um para promover uma rotina que o satisfaça.

Cantinho dele

Outro motivo para o comportamento agitado que leva o pet a bagunçar o coreto  é a ansiedade da separação. Quando se vê sozinho e não é educado para este momento, o cachorro pode se tornar agressivo, está sujeito a mudanças de humor e de hábitos, ou, por outro lado, se sente triste e deprimido.

É preciso habituar o cão a ficar sozinho em determinados momentos, desde o começo da relação com ele ou desde que é um filhotinho. Mais do que isso, é preciso associar aquele momento com algo bom, como a oportunidade de ganhar um petisco ou de ter um brinquedo. “É muito importante criar esse hábito, começando devagarinho, para que o pet tenha uma saúde psicológica”, ensina Tânia.

Outro cuidado essencial é não estimular a repetição da bagunça. Muitas vezes, ao encontrar o ambiente desarrumado, a gente pode até não gostar mas deixa escapar uma risada e acaba relevando, sem reprimir o animal. Não precisa gritar e jamais agredir, mas deve-se deixar claro que aquilo que ele fez não está certo, além de adotar as estratégias necessárias para que não se repita.

Uma dessas estratégias é acostumar o animal a ter o canto dele, para que não se torne uma sombra do dono. Ele deve aprender a ficar naquele lugar e, principalmente, gostar de estar ali, recebendo algum tipo de estímulo que só encontrará lá, como brinquedos, petiscos e a “visita” frequente do tutor para interagir lá mesmo.

5 dicas para acalmar o “Hulk”

• Deixar rádio ou TV ligados na estação ou canal que você costuma assistir dão ao animal uma impressão de normalidade.

• Uma peça de roupa com seu cheiro deixada no cantinho do pet pode sossegá-lo.

• Por via das dúvidas, deixe em lugar seguro, longe do cão, os objetos que possam ser quebrados e podem até ferir o animal.

• Ao chegar, encha-o de carinho. É tudo o que ele deseja para livrar-se de uma possível tensão provocada pela sua ausência.

• Se o problema persistir, recorra a um adestrador ou procure um veterinário para descobrir o que está afetando seu amigo.